sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Hurt me (?)


"Você pode correr de alguém que você teme, você pode tentar lutar com alguém que você odeia. Mas quando você ama a pessoa que está te matando, não te restam opções. Como você poderia correr, como você poderia lutar, quando fazer isso machucaria o seu amado ?" ( Breaking Dawn )

Eu também gosto da saga Twilight =]

sábado, 21 de novembro de 2009

O SEGREDO


Lances da vida 14#

Uma vez em Tree hill...

Lucy havia se mudado para a capital não fazia nem vinte dias.
Na primeira semana já tinha deixado curriculuns em várias agências e se cadastrado num banco de empregos.
Estava super confiante.
Tinha uma bela bagagem profissional e falava três línguas fluentes. Não era possível ficar muito tempo sem arranjar algo.
No décimo oitavo dia já estava tendo pesadelos.
Precisava urgente de uma luz, quer dizer, de uma ligação.
Será que ninguém havia lido um de seus 4289854989849 curriculuns lá espalhados pela cidade?
Tentando confiar nas dicas que a sua nova leitura estava lhe proporcionando, ela estava lendo The secrect, ela resolveu afundar a cara nos depoimentos ali escritos e foi pro shopping descansar a mente, porque comprar algo nem pensar. Ela estava zerada.
Se passam algumas horas ali, sentadinha e o celular toca.
Acredita que era um convite para uma seleção de emprego?
" Nossa, como o livro faz efeito mesmo!" Pensou.
Ligou para todos da sua familia avisando da novidade.
Ela estava confiante que iria passar, afinal, ela acreditava em seu potencial.
No outro dia acordou radiante, se arrumou, colocou seu mais belo vestido, salto, maquiagem e foi saltitante.
Fez vários testes, dentre eles, um de matemática.
" Sou um gênio, vou passar". Pensava.
Em segredo te conto leitor, que ela era uma aberração em contas hein? Mas nossa amiga estava mesmo certa de que aquilo seria fichinha.
Fez um de dicção que se fosse anos atrás, teria errado muito mais, pois nossa amiga é super tímida e a ansiedade não deixaria ela ler um palmo.
Apesar de ter trocado a palavra 'caixas' que na verdade era caxias, ela riu do ocorrido e continuou lendo as frases e passou com louvor nessa também.
Foi APROVADA!

_ Olá! Você se chama Mônica né? Se dirigiu a uma garota que também havia sido aprovada.
Então, você foi escolhida para me acompanhar até a clínica para fazer o exame. Que tal?
Nossa amiga não era da cidade e teve de ser cara de pau para arrumar um guia.
_ Oh! Claro. Por quê não? Respondeu a moça super prestativa.
Eu pagaria milhões para saber o que se passou na cabeça dela, afinal, sair por ai andando com uma estranha, de outro lugar, era meio perigoso.
Ficaram amigas em questão de minutos.
_ Que tal irmos ao banco primeiro para abrir a tal conta corrente que pediram? Afinal, temos até amanhã para entregar a documentação toda, inclusive a conta aberta e o exame. O laboratório deixamos para amanhã cedo. O que acha?
_ Ótimo.
E foram para o banco.
Lá descobriram que precisariam de comprovante de residência.
_ Mas a fï¨*&¨$ duma eg(*)(& não falou que era para trazer nada disso. Comentou Mônica no ouvido de Lucy.
_ Maaaassss moça! Saimos agora da agência e não nos falaram nada sobre isso. Retrucou.

Saiu duas meninas bufando de dentro do banco.

_ Quer saber? Vamos lá no laboratório duma vez. Intimou Lucy.
_ Mas vamos parar prum lanchinho primeiro?

Comeram, beberam, chingaram e depois foram andar 5km até chegar o local.
Chegaram lá suadas e vermelhas. Mas foi divertido a jornada. Afinal, estavam se conhecendo e Lucy ganhava ali uma nova amiga na nova cidade. Isso era ótimo.

_ Mônica Roberts. Chamou a doutora de audiometria.

(...) Três minutos depois

_ Ahhh! Foi bem tranquilo. Você ouve umas coisas e vai levantando as mãos. Não tem neura. Comentou a amiga.
Vá lá que é a sua vez.

Lucy proseou com a doutora e entrou na cabine sufocante para fazer os testes.
Demorou mais que três minutos.
Mas ainda confiante, ela não imaginaria que o resultado mudaria sua vida de vez.

Perda moderada da audição. Ou seja, muito significativa para sua idade, apenas 25 anos.

_ SURDA? Como assim?
_ Olha, você não é "socialmente" surda. Digo, para esse cargo de tele marketing, você não está apta. O risco de você perder mais a audição na empresa é bem grande e eles não contratam gente que já está lezada.

"E eu achando que havia possibiliade de alegarem insanidade mental, mas não. SURDA. É mano, estou ficando surda". Conversava com si mesmo segurando para não cair na gargalhada.

Saiu de lá murmurando alegremente, falando que Deus tinha realmente algo melhor para ela. E que o fato de não terem abrido a conta no banco não foi azar, e sim uma sorte. Sem o emprego, ela teria que ir lá cancelar, afinal, ela não iria precisar da tal conta.
Se despediu da amiga e foi pegar o ônibus para casa.
O mundo caiu ao entrar no busão.

_ Carol, olha na janela. Está CHU-VEN-DO!
Ligou para a amiga para dividir a alegria de sentir o cheirinho da chuva que a dias ela clamava.
Com a muvuca que estava dentro do ônibus, acabou descendo no ponto errado.
Nossa amiga estava perdida.
Perdida e MOLHADA.
Não. Não.
ENSOPADA.
É.
Ensopadinha.
Tirou o salto e foi correndo morro abaixo até encontrar um bar para se situar.
Dentro de si ela ria, ria muito, lembrando que também a dias ela vinha pedindo uma chuva e falando que nadaria na nela. A cidade estava um forno.
"Meu amigo, vou parar de profetizar porque a coisa tá braba."
E ria, ria muito, curtindo a roupa molhada e a cena.
Não tinha um que não a olhava. Afinal, não era normal ver por ai uma maluca toda arrumadona, com o salto na mão, saindo descabelada por ai na chuva.
Nem esperou a chuva estiar e foi tentar achar a casa.
"Amanhã vou receber outra ligação" Profetizou.
Quando chegou em casa, antes da Carol rir horrores do estado da amiga, deu a notícia primeiro.
_ Ligaram duma empresa de exportação pedindo para você mandar um curriculum para lá. Vão fazer uma seleção em breve.

Viu só?
Quem pede, recebe.
E aquela chuva toda, foi apenas para lavar-lhe a alma.
Agora ela estava limpa e pronta para mais uma batalha.